sábado, 21 de dezembro de 2013

FELIZ NATAL COM JESUS DE NAZARÉ!!!


ELE NÃO FOI UM FILÓSOFO, NÃO SE ENCAMINHOU ÀS CÁTEDRAS DO CONHECIMENTO LITERAL... NÃO SE PREOCUPOU COM AS ILAÇÕES DO PENSAMENTO... JAMAIS SE COLOCOU ENTRE OS GRANDES DO MUNDO, ENTRE OS DE GRANDE INTELIGÊNCIA OU SABER, ENTRE OS DETENTORES DO PODER TEMPORAL.
JESUS NASCEU E VIVEU NA SIMPLICIDADE ... ENSINOU OS VALORES DO ESPÍRITO, A HONORABILIDADE DA ALMA E A NOBREZA DO AGIR... SUA PRESENÇA FOI TÃO MARCANTE QUE O TRANSFORMARAM EM DIVINDADE.. FOI QUANDO ELE SE AFASTOU DE NÓS... HOJE, QUANDO OS HOMENS SOFREM E CHORAM EM MEIO ÀS TRAGÉDIAS DO COTIDIANO PORÉM EM MEIO TAMBÉM AS REALIZAÇÕES PERENES, ELE RESSURGE  EM PLENITUDE, EM SABEDORIA E EM AMOR ... PRESTEMOS ATENÇÃO ÀS SUAS PALAVRAS, AOS SEUS ENSINOS, À SUA LUZ...






sexta-feira, 21 de junho de 2013


I WAS AS BLIND, BUT NOW I SEE.. EU ESTAVA CEGO, AGORA VEJO... ("AMAZING GRACE" )


QUE O BRASIL POSSA RESPIRAR MAIS LIVRE...  QUE O BRASIL POSSA ABRIR OS OLHOS E ENXERGAR... QUE O BRASIL POSSA VIVER, ESTUDAR, TRABALHAR EM PAZ... QUE NOSSAS CRIANÇAS E JOVENS BRASILEIROS TENHAM ESPERANÇAS... QUE OS NOSSOS IDOSOS BRASILEIROS ESTEJAM COM A CONSCIÊNCIA TRANQUILA... QUE O PODER SEJA APENAS O DAQUELE QUE SABE RESPEITAR, HONRAR E BEM ADMINISTRAR O BEM PÚBLICO. 

SAUDAMOS O BRASIL - O DE HOJE E PARA SEMPRE ! 

CEFE, JUNHO 2013    

quarta-feira, 22 de maio de 2013

ODE À ALEGRIA

Ludwig Van Beethoven


Era o dia 7 de maio de 1824.
Os privilegiados espectadores sentados na plateia do Teatro em Viena, então capital do Império Austro-Húngaro, mal sabiam que estavam para presenciar a primeira audição mundial da maior obra-prima da História da música.
Ainda que o autor já fosse uma celebridade, recebido naquele mesmo dia com uma ovação digna das plateias de música pop de hoje, a reação foi surpreendente.
O comissário de polícia precisou intervir, para silenciar a explosão de aplausos na chegada do alemão: Ludwig Van Beethoven.
Era o dia da primeira apresentação de sua Nona Sinfonia.
Após as palmas, um grande estranhamento.
Até então, a sinfonia - forma musical para orquestra consagrada durante o classicismo - excluía por definição as vozes humanas.
No entanto, no palco sentavam-se quatro solistas e um coral em quatro partes.
Para aumentar a perplexidade, enquanto todos os outros instrumentos desenrolavam movimentos que superavam a racionalidade clássica, permaneciam em silêncio o coral e os solistas.
Eles entrariam apenas no quarto e último movimento.
Beethoven, três anos antes de sua morte, ali realizava uma vontade que alimentava desde os 22 anos de idade: musicar o poema alemão Ode à alegria, de Schiller.
E era o que fazia no derradeiro movimento da obra, quebrando a última barreira do modelo sinfônico.
Oh, amigos, não chega desses sons? Entoemos algo mais prazeroso e alegre! - Vibrou o barítono em recitativo.
Os baixos do coro responderam-lhe forte: Alegria, alegria! - para que, com a orquestra silenciada, começassem a solar um dos temas mais conhecidos da música ocidental.
O tema proclamava: Todos os homens serão irmãos.
Era o poema da fraternidade universal, musicado pela genialidade e sensibilidade irretocáveis de Ludwig.
Abracem-se milhões! Enviem este beijo para todo mundo!

* * *
A arte é o belo expressando o bom.
É a expressão da beleza eterna, uma manifestação da poderosa harmonia que rege o Universo.
Convidar a arte para nossa vida diária é ter à disposição excelente instrumento de civilização e aperfeiçoamento.
A influência da música sobre a alma, sobre o seu progresso moral, é reconhecida por todo o mundo. Mas a razão dessa influência é geralmente ignorada.
Sua razão está inteiramente neste fato: a harmonia coloca a alma sob a força de um sentimento que a desmaterializa.
Redação do Momento Espírita, com citações do cap. A música espírita, do livro Obras póstumas, de Allan Kardec.

quarta-feira, 24 de abril de 2013

ÉTICA MODERNA (KANT)

Cena do filme, dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles, vencedor do Globo de Ouro 
“O Jardineiro Fiel” sob a ótica da ética kantiana

O filme dirigido pelo brasileiro Fernando Meirelles (veja links abaixo) trabalha com um tema atual e abrangente: existe uma ética nas relações entre empresas farmacêuticas e mercado consumidor? A partir de que momento a ciência deixa de atender as necessidades humanas para satisfazer o desejo de lucro das empresas? Qual a inferência das políticas públicas nessa relação? A polêmica foi lançada..
Por outro lado, qual tem sido o papel de ativistas nesse processo? É possível quantificar as interferências de grupos ou de indivíduos nesse mesmo processo? E qual o resultado obtido por esses grupos de indivíduos que em menor ou maior escala não somente denunciam mas procuram interromper processos como o demonstrado no filme de Meirelles? Contudo, o resultado da ação não é o que a torna ética, segundo Kant, mas o motivo, o que deu motivação para a mesma.
Equacionar interesses privados e/ou públicos com o respeito que se deva ter à vida humana, por meio da ética tem  sido a preocupação da Filosofia desde Sócrates. No transcorrer do tempo vemos que no mais das vezes não há conciliação possível quando os interesses mencionados se sobrepõem aos da preservação e cuidados para com a vida. Haja vista as atuações de organizações não-governamentais em outras áreas como Greenpeace, Mata Atlântica, Sou da Paz, etc.   

Em Kant essa mediação entre sujeito-sociedade impõe uma relação moral onde o interesse individual seja norteado pelo bem estar comum:

“A moral kantiana ameniza a importância do prazer,
do contentamento e da felicidade e institui a moral
dos deveres. Nesse enfoque, mais importante do que
a felicidade do indivíduo é agir por respeito ao dever,
conforme uma boa vontade. Kant não diz que não
tenhamos a obrigação e o direito de buscar e desejar a
felicidade. Porém, enfatiza com a sua moralidade que
devemos agir corretamente, independentemente do
fato de sermos felizes, ou não. Para tanto, o homem kantiano
busca transcender às inclinações, às paixões, às tendências,
aos impulsos ou aos desejos pessoais (homem transcendente),
para obedecer unicamente à lei moral, determinada pela própria
razão – com base na boa vontade e no respeito ao dever
(homem transcendental). E, neste movimento, dá-se o encontro
com uma máxima capaz de orientá-lo na constituição
de sua própria moral: o imperativo categórico.” (UNISUL, LD Ética Moderna)

Essa importância do prazer, do contentamento e da felicidade mencionados estariam na relação direta com os interesses de manutenção do lucro em primeiro lugar, e até em detrimento do bem estar social. A retirada do mercado de produtos que satisfazem a necessidade de manutenção da saúde dos indivíduos e a sua substituição por outros que não atendam a esta necessidade mas que refletem um menor custo de fabricação; a troca das  embalagens e/ou dos nomes-fantasia de produtos por outros com a tarja “novo” que não envolvem nenhuma mudança em sua formulação, mas que chegam ao mercado consumidor com custo aumentado; a alteração de fórmulas sem o conhecimento/aprovação de órgãos como ANVISA ou correlatos em outros países; a propaganda excessiva de remédios pela mídia e por unidades de distribuição com a mensagem subliminar “seja saudável e feliz  desde que consuma tal medicamento”  ou “você só pode ser saudável se consumir este produto”, ou ainda “o artista tal também utiliza este remédio”, são exemplos onde a prioridade é a plena satisfação individual e individualista de interesses mesquinhos e egocentrados. Ou seja, os fins justificando os meios.  
De forma alguma vemos aqui o homem transcendente ou transcendental onde a relação com o outro se firma em bases de boa vontade e de dever.  

Conforme Barbara Freitag (FREITAG, 1992 apud UNISUL, LD, 2011): “As leis fixadas pela vontade legisladora do homem racional orientam-se segundo duas categorias de valores: o preço e a dignidade humana. O preço representa para Kant um valor exterior e a manifestação de interesses particulares, ao passo que a dignidade representa um valor interior de interesse geral. A legislação elaborada pela razão prática que visa ao interesse de todos não pode ter como valor fundamental o preço, ser valor fundamental de ser sim a dignidade humana.”     

Segundo a autora, a “vontade legisladora do homem racional” ou a autonomia segundo Kant deve ser conduzida segundo a manter sim a sua individualidade porém nunca deixando à parte a dignidade.         

Na relação da ativista Tessa com o problema por ela detectado na comunidade queniana, deu-se o seguinte (repetimos aqui o trecho da LD/UNISUL):

 “Porém, enfatiza com a sua moralidade que
devemos agir corretamente, independentemente do
fato de sermos felizes, ou não. Para tanto, o homem kantiano
busca transcender às inclinações, às paixões, às tendências,
aos impulsos ou aos desejos pessoais (homem transcendente),
para obedecer unicamente à lei moral, determinada pela própria
razão – com base na boa vontade e no respeito ao dever
(homem transcendental). E, neste movimento, dá-se o encontro
com uma máxima capaz de orientá-lo na constituição
de sua própria moral: o imperativo categórico.” (UNISUL, LD Ética Moderna)

A personagem enquadrou-se “categoricamente” na definição de homem transcendente, na medida em que “transcende” o seu próprio bem estar individual, à própria limitação que lhe foi imposta pelo fato de ser mulher e, num outro momento, grávida, em que se submete às constrições de um parto em condições precárias com o intuito de “vivenciar” o drama das mulheres africanas, muito embora esta necessidade de dever lhe tenha custado a vida do próprio filho (aqui ela se enquadra na definição de homem transcendental). A personagem ultrapassa a sua condição humana e num arroubo de auto superação se atira num confronto gradativo e final contra o sistema.

Destaque-se aqui a metáfora representada pelo marido de Tessa, o “jardineiro fiel”: aquele indivíduo que, cumpridor de suas obrigações profissionais e domésticas, “cultivador” constante de seus próprios valores, nunca interfere no “status-quo” no qual acredita e põe fé, apesar das evidências contrárias. Somente quando cai em si dos valores defendidos pela ativista, em seus reais significados e não como mecanismos de fuga existenciais, reconhece nela uma transgressora dos interesses subalternos da empresa farmacêutica, e que dá a própria vida em defesa das vítimas do laboratório. Ele então assume a “missão” da ativista interrompida com a sua morte, e completa a denúncia com a documentação comprobatória, morrendo por sua vez, sob a própria vontade de morrer, e nas mãos dos prováveis mesmos assassinos da mulher.

Profa. CARMELITA SCHULZE
Bibliografia:
UNISUL-Ética Moderna, Livro Didático, 2011;
FREITAG, Barbara, Itinerários de Antígona, 1992 (texto da Midiateca);
Filme “O Jardineiro Fiel”; 

SONIA THEODORO DA SILVA.  

terça-feira, 12 de março de 2013

Reflexões sobre ESTOICISMO E CRISTIANISMO


Segunda a ética estóica, tudo o que existe na natureza é dotado de um Lógos (razão) que a governa. É no contexto do Império Romano, mais precisamente no final da Idade Antiga (no próprio período helenístico) que surge o Cristianismo e este vai dizer que tudo o que há no universo, inclusive o homem, é portador de Lógos e este Lógos é Deus.
A partir desta aparente relação com o estoicismo, elabore um texto dissertativo, explicando até que ponto as idéias do Cristianismo eram originais.
O estoicismo trouxe a ideia de que tudo na Natureza é governada pela razão (Lógos). “Essa razão pode ser chamada de alma do mundo ou mesmo de Deus. Tudo existe e acontece segundo uma predeterminação rigorosa. Concebida desta forma, a natureza é, em si mesma, justa e divina” (UNISUL LD, pg. 196). “Viver em conformidade com a razão torna o homem feliz, porque o liberta da escavidão das paixões. O sábio é aquele que não se deixa enganar pelos prazeres, nem se deixa modificar pela dor.” (ibidem, pg.197). Seguindo esse raciocínio, podemos encontrar no próprio Evangelho Segundo São João a assertiva de que Jesus é o Lógos, o Verbo encarnado, aquele que vem ao mundo para salvar os homens de seus pecados.
Jesus, em sua encarnação na Terra é o princípio divino a partir do qual Deus opera no mundo. Esta é a ideia de que o Lógos discutido pela Filosofia Antiga vai tomar um novo perfil, na pessoa da encarnação do Deus cristão.

Immanuel Kant, pensador da Idade Moderna, ao se referir a Idade Média diz que a mesma é o período da menoridade intelectual. Entretanto, a partir dos dados levantados pela pesquisa histórica, esta tese não alcança mais consenso. Porque desta afirmação?
Longe de ser um período “das trevas” do pensamento, a Idade Média é considerada, numa analogia de Dilthey, como um caldeirão onde ferviam as ideias; o século IV, na baixa Idade Média, floresceu em Alexandria uma das mais importantes escolas do pensamento, o neo-platonismo, de onde surgiram, de seus seguidores, uma das quais Hypatia, os primeiros momentos de uma ciência desprovida de misticismo. Embora os embates entre religiões, muito comum naquela época, as ideias adentraram os séculos posteriores, e mais precisamente no século XII, com Pedro Abelardo, e suas discussões sobre a Trindade, opondo a razão em confronto ao dogma, vão criar as sementes posteriores à análise de René Descartes. Na Escolástica medieval há o desenvolvimento do Humanismo, ou estudos humanísticos, “o que equivalia à atualização, dinamização e revitalização dos estudos tradicionais que incluíam a poesia, a filosofia, a história, a matemática e a eloquência.” (UNISUL, LD, pg.133).

Em diversas passagens do Livro Didático, você se deparou com a expressão: filosofia cristã. A temática central desta filosofia será o embate entre razão e fé:
a) Em que consiste este embate?
b) Das duas principais escolas filosóficas da Idade Média, a Patrística e a Escolástica, qual logrou maior sucesso na tentativa de conciliação entre fé e razão e por quê?


a) O embate entre fé e razão na verdade inicia-se já na Grécia Antiga, com a busca do arkhé de todas as coisas não no Monte Olimpo com as divindades mas na própria Natureza, ela mesma fornecedora dos elementos que constituem a criação. Com Sócrates, a discussão se amplia, pois o homem devia buscar nele mesmo as respostas às suas mais intrínsecas indagações, muito embora soubesse que não as tinha todas. Essa discussão se amplia, já no século IV d.C., entre as diversas seitas que existiam no mundo antigo, em confronto com o mundo pagão, mormente em Alexandria (UNISUL, LD, pg. 25). Longe de haver terminado, Fé e Razão continuaram a enfrentar-se no período medieval, com Pedro Abelardo, na Renascença com Descartes, havendo a cisão entre ciência e religião, gerando em nossos dias as modalidades criacionistas e evolucionistas, estas últimas aceitando a Teoria da Evolução das Espécies de Charles Darwin.
b) A Patrística surge num momento histórico de grande influência grega sobre o mundo. Grande parte dos pensadores deste período teve formação na cultura helênico-romana, o que fez com que fossem estabelecidos vínculos de continuidade entre a filosofia grega e o pensamento Cristão. Agostinho é o maior dentre eles, com as tentativas de conciliação do cristianismo com a filosofia platônica. A Escolástica por sua vez, com início propriamente dito no século XI, também teve seu período significativo com Pedro Abelardo. São Tomás de Aquino tenta a conciliação com a filosofia de Aristóteles para a formação da Teologia católica, com sua Suma Teológica.
(Orientador: prof. João Buss)

Sobre MEDITAÇÕES de René Descartes


Esta atividade envolve a leitura e interpretação de um trecho de uma tese de doutorado sobre Teoria do conhecimento e Ceticismo. O texto se relaciona a dois assuntos que você estudou em seu livro didático:
- Os argumentos céticos de Descartes acerca da dúvida sobre a existência do mundo exterior.
- A filosofia da linguagem comum de John Austin.
(Texto de Austin e a noção de alternativas relevantes, escrito por Flavio Williges em sua tese de doutorado pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul): análise da atitude de Austin em relação à filosofia cartesiana e que se refere ao “cenário cético” presente nas Meditações de René Descartes.

PRIMEIRA ARGUMENTAÇÃO
A primeira argumentação cartesiana está presente na análise do sonho: no parágrafo quarto da primeira Meditação, o filósofo analisa a inquestionabilidade de seus sentidos com relação ao lugar em que está, as roupas que usa, o papel entre as mãos, o corpo vestido com um roupão: “Como é que eu poderia negar que estas mãos e este corpo sejam meus?”(DESCARTES, 2005); a seguir, no parágrafo quinto, aventa a possibilidade de que essa percepção do todo em si e em derredor de si possa ser parte de um sonho: “sou homem, costumo dormir e em meus sonhos as situações em que me encontro parecem muito reais, embora depois, acordado, saiba tudo não passar de sonho; logo, o que garantirá que não durmo neste momento?” (SANTIAGO, 2005) Seria o sonho semelhante a uma pintura onde o real e o verdadeiro se confundem? Pois as pinturas só podem ser formadas à semelhança de algo que seja verdadeiro, portanto, os membros de um corpo são reais, palpáveis, existentes, salvo se a imaginação fosse suficientemente “extravagante para inventar algo de tão novo que jamais sonhamos visto nada de semelhante, e que assim sua obra nos represente uma coisa puramente fingida” (DESCARTES, 2005).
Com este argumento, Descartes deve chegar “à dúvida sobre a falibilidade do conhecimento sensível” (TARGA, 2011).

SEGUNDA ARGUMENTAÇÃO
“Com o argumento do sonho Descartes elimina a certeza dos hábitos e a validade do senso comum como referências para um conhecimento absolutamente seguro.” (TARGA, 2011). Porém, mesmo que duvidemos da existência efetiva das percepções ambiente: o próprio corpo, local, objetos em derredor, sensações físicas de quente ou frio, ou seja, do conhecimento sensível, há a necessidade de existir uma matriz dessas representações visualizadas no sonho; uma matriz abstrata que represente a ordem que percebemos nelas. No parágrafo oitavo das “Meditações”, Descartes diz da sua opinião de que existe um deus, que tudo pode e por quem ele foi criado e é como se apresenta. As verdades matemáticas, exemplo dessa ordem abstrata, pois são inquestionáveis, estariam sob a égide desse deus, livre para alterar o cenário de suas percepções, um ser que enganasse até a percepção dessa matriz, tornando-a invalidada por sua ação: o deus enganador ou gênio maligno, pondo em dúvida essas verdades. O filósofo chega aqui ao ponto máximo da dúvida, “intentando ir mais além do que os próprios céticos, e assim poder tolhê-las todas de vez.” (SANTIAGO, 2005)

TERCEIRA ARGUMENTAÇÃO
A terceira argumentação, com base na existência do gênio maligno ou deus enganador, pretende “por em dúvida todas as classes de conhecimentos preestabelecidos”, chegando ao “grau máximo da dúvida” (TARGA, 2011), onde a realidade do mundo exterior é questionada ( a dúvida hiperbólica).

As reflexões de Austin sobre os problemas céticos geralmente são classificadas como uma filosofia do senso comum. Explique porque e cite uma passagem do texto que justifique a sua resposta.

Uma das teses importantes defendidas por Austin é a de que, na “História da Filosofia, os confrontos entre as teses filosóficas e as crenças populares são causados pela incompreensão de uma liguagem comum” (UNISUL, 2011). Austin ainda vai desenvolver suas argumentações a favor de um trabalho sobre a linguagem, e contra a dúvida cética a partir dos conhecimentos do senso comum e dos fatos comuns. Não se trata de reduzir as análises filosóficas às opiniões sem fundamento no conhecimento, como “crer que...” ou “ouvir dizer que..”, mas dos fatos e eventos que normalmente ocorrem no cotidiano e que postulam um questionamento de saber.

No primeiro parágrafo da tese de Williges, citando Kaplan, fica claro a intenção de Austin de avaliar os argumentos filosóficos conforme as práticas ordinárias humanas, já que tais práticas trazem “consequências importantes para o tratamento dos problemas filosóficos, particularmente do conceito de conhecimento. (...) Austin reconhece que, por mais cuidadosa que seja nossa tentativa de fazer asserções que tenham como alvo a verdade, sempre será possível localizar deficiências e juízos terão de ser refeitos.” (WILLIGES, 2009). Mas é justamente aí que reside o fundamento da verdade, pois “sempre será possível localizar deficiências e juízos terão que ser refeitos. (...) o saber é um empreendimento de risco.” (WILLIGES, 2009). Contudo, com essa argumentação não se invalida o processo de desenvolvimento do conhecimento. Ao contrário, ele é fonte de busca perene.

-excelente trabalho de interpretação textual. (Orientador: prof.Dante C. Targa)

A Busca do Existir e A Dúvida como Princípio fundamental


(DISCIPLINA: ONTOLOGIA I)
A BUSCA DO EXISTIR
(M. P. Silva – 04/02/2011)
“[...] Tantas teorias e tanto a estudar, que esquecemos de sentir. Sentir o que está em nossa volta. Sentir quando acordamos de manhã cedo, bem cedo, e lá está um ar diferente, uma respiração pura, mesmo com o céu nublado. Mas se o céu está limpo, o sol está calmo e podemos sentir esse calor penetrando levemente a pele, na temperatura certa para aquecer sem fogo, mas suficiente para renovar as forças. Sentir o vento suave, mais brisa do que fúria, ele refresca e de tão calmo nos envolve até a sonolência. E se chove, ah se chove. Sentimos os pingos caírem sobre a pele, que molhada e alvoroçada arrepia os pelos do corpo e a pele toda parece estar em camada desgrudada do restante do corpo, sentimos como se naqueles instantes estivéssemos lavando a alma [...]”. Fonte: WEBARTIGOS.COM. A BUSCA DO EXISTIR. Disponível em: http://www.webartigos.com/articles/57822/1/A-BUSCA-DO-EXISTIR/pagina1.html#ixzz1EykS5I6q. Acesso em: 15 jun. 2011.

Este texto explora o sentir como algo esquecido diante de tantas teorias. Sendo assim, analise o texto e, construa um argumento que valorize os sentidos e a percepção como capacidades humanas fundamentais para o existir humano e, assim, para o dar sentido às coisas que existem.
Poderíamos perguntar se o real é o que é constatável pelos sentidos ou o que é demonstrável pela razão? Segundo Parmênides os sentidos enganam pois nada é constatável por eles, senão a multiplicidade dos corpos. Segundo o filósofo, os atributos do ser não podem ser encontrados por via experimental ou sensorial, mas deduzidos com coerência lógica do próprio conceito de ser (NICOLA, 2002). Na Alegoria da Caverna, Platão pretende demonstrar que as sombras projetadas na caverna, perceptíveis pelos sentidos (mundo sensível), tornam a realidade embotada e sem significado do real, que está fora das restrições da caverna (mundo inteligível). Platão ainda diz que por meio dos nossos sentidos “não somos capazes de captar os seres como de fato são, sendo apenas imagens distorcidas do verdadeiro ser” (Apostila Unisul, pg.77). Com o advento do psicologismo, do romantismo e do existencialismo, os sentidos e a percepção passaram a ser instrumentos eficazes para a captação do real, somados à razão. Porém, não podemos esquecer que tanto os sentidos quanto a percepção das coisas, do mundo em que vivemos, dos seres à nossa volta, dá-nos o encanto do existir; são o contributo necessário à nossa felicidade, embora saibamos ser ela – a felicidade - igualmente relativa, pois que circunscrita ao modo de cada ser.

Apologia de Sócrates
“[...] pus-me a considerar, de mim para mim, que eu sou mais sábio do que esse homem, pois que, ao contrário, nenhum de nós sabe nada de belo e bom, mas aquele homem acredita saber alguma coisa, sem sabê-la, enquanto eu, como não sei nada, também estou certo de não saber. Parece, pois, que eu seja mais sábio do que ele, nisso - ainda que seja pouca coisa: não acredito saber aquilo que não sei [...]”. Fonte: DOMÍNIO PÚBLICO. APOLOGIA DE SÓCRATES. Disponível em: http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_obra=2296 . Acesso em: 15 jun. 2011.
Este trecho atribuído a Sócrates explora uma atitude filosófica diante das coisas que existem. Desta forma, analise o texto e, construa um argumento que valorize a dúvida como procedimento fundamental para conhecer o que há.
Na sua argumentação explore a racionalidade como categoria fundamental para as reflexões ontológicas.

Princípio investigativo socrático, a dúvida, juntamente com a humildade, faculta-nos, segundo o filósofo, a possibilidade de desenvolver o conhecimento, sem os laivos da vaidade que bloqueia, ou da opinião (doxa) que personaliza a percepção do real.
As suas perguntas, começando com “O que é...?” descarta a possibilidade de mascararmos a realidade, tal como ela se apresenta, livre das percepções pessoais e exclusivistas de cada ser.
É possível conhecer? É possível conhecer o homem? Sócrates investiga incansavelmente a realidade e o ser, como um “parteiro” das idéias, fazendo brotar do raciocínio humano, a Verdade, embora difícil de ser enfrentada, embora seja ela própria fruto do momento em que é descoberta.
Seu discípulo Platão aprofunda o conceito mais tarde, projetando esse sentido na Alegoria da caverna. O contributo de Sócrates para o direcionamento correto da razão, como um caminho árduo, porém suave, porque reflexivo, dá-nos a certeza de existirmos, com todos os atributos parmenídicos, ressalvados, porém, e sempre, a faculdade do devir.
(ORIENTADOR: prof. Leandro K.Pacheco)

Mito Escatológico, ou mito da Catástrofe ou ainda mito do fim do mundo


(Michelângelo: Afresco Capela Sixtina, "O último Julgamento")

(DISCIPLINA: FILOSOFIA DA RELIGIÃO)

O Mito Escatológico está presente em todas as culturas orientais desde a antiguidade e mais recentemente no Ocidente e nas Américas (mito Maia da Catástrofe do ano 2012). Presente em outro Mito, o do Grande Dilúvio, ao contrário deste último, que visa a renovação da humanidade, em seus conceitos e postura diante da vida a partir da tragédia da morte e da perda, o Mito Escatológico subentende que o próprio planeta está em seus estertores finais, através de manifestações da natureza como tsunamis e terremotos, na passagem dos milênios pela contagem do Calendário gregoriano, além de anunciar guerras fulminantes, como a tão propalada 3ª. guerra mundial, com utilização de bombas pelos humanos. Escatologia, do grego "éskhatos", último, e "lógos", conhecimento (http://www.priberam.pt/dlpo/definir_resultados.aspx?pal=escatologia) PortanTo, "escatologia" é o estudo das últimas coisas, dos acontecimentos do fim dos tempos, do fim do mundo e da humanidade.

As principais características do mito escatológico trazem em seu bojo, conforme Eliade (UNISUL, pg.59), o sobrenatural agindo sobre os humanos provocando cataclismos definitivos; tal mito é sagrado, pois sugere a insatisfação de Deus pelas atitudes humanas. Em WILKINSON & PHILIP (2007, pg.30), o mito escatológico surge em todo o mundo, nas culturas primitivas tribais que sobrevivem até hoje e falam de catástrofes mundiais passadas e aviso de outras futuras; para o criador, “cada ciclo da história humana não passa de um dia, e todas as esperanças e sonhos de vida eterna dos homens duram apenas até o surgir da noite, quando o universo ruirá sobre si mesmo e retornará à pureza da inexistência primeira.” Em diversos conceitos como o hindu, o egípcio e as lendas dos deuses nórdicos de que o mundo acabará sob um desastre universal, ainda trazem a esperança da sobrevivência de alguns poucos que repovoarão e reconstruirão a Terra sob outras bases, tal como a lenda da Arca de Noé ou o mito do dilúvio, que se repetem na África, na Índia, e na Grécia Antiga com Deucalião e Pirra.
Na mitologia de índios norte-americanos este mundo, o quarto de uma série de sete, está agora entrando em seu “termo final”. O quinto mundo que o substituirá já está emergindo e os seus sinais já são visíveis por todos os lados (WILKINSON & PHILIP, 2007).
Interessante notar que, tal como os demais mitos, o mito da catástrofe também surge durante a expansão das culturas da Era do Eixo de Jaspers (UNISUL, pg.66), o que denota uma visão cultural individual e específica de cada cultura mas ao mesmo tempo coletiva; os cultos religiosos se assemelham, o monoteísmo toma seu lugar.

“Também ouvireis falar de guerras e rumores de guerras... mas ainda não será o fim... pois ver-se-á povo levantar-se contra povo e reino contra reino...haverá pestes, fome, tremores de terra ...serão apenas o começo das dores. (Mateus 24, 6:8) . (...) Quando virdes que a abominação da desolação, que foi predita pelo profeta Daniel, está no lugar santo, fujam então para as montanhas os que estiverem na Judéia.” (Mateus 24, 15:22).

O Evangelho de S. Mateus, em seu capítulo 24 acima citado diz respeito ao Sermão Escatológico de Jesus. Igualmente no Evangelho de S. João, predições são feitas com relação a um momento pelos quais toda a humanidade teria que atravessar, como resultante de seus atos, atitudes, pensamentos. É como se Jesus e os evangelistas estivessem alertando aos homens com as consequências trágicas que poderiam advir de seus atos impensados, ou egoístas ao extremo.
Este “clima” de final dos tempos também tomou conta dos espaços midiáticos. Em nosso LD (UNISUL, pg. 61) é citado Gusdorf que menciona o cinema na modernidade como um poderoso instrumento de expansão dos mitos. Para o mito da catástrofe ou escatológico, o cinema tem produzido inúmeros exemplos: 2012, Eu sou a Lenda, O Livro de Davi, etc. Neste último, a história gira em torno do sagrado e do profano. Aquele que for o portador do último livro da última edição da Bíblia que foi salva pelo personagem principal, terá todo o poder sobre um mundo devastado pela guerra nuclear e pela violência.

Analisando os mitos escatológicos e até os Evangelhos, podemos notar, contudo, que todos trazem uma visão não de destruição total, porém de transformação severa e profunda e necessária dos conceitos que norteiam a cultura humana até o momento. Com relação, por exemplo, às mudanças climáticas, a interferência humana se dá de forma contundente e grave, já que as consequências advindas desse processo já estão repercutindo sobre o planeta. A Natureza tem suas regras e leis – caso o homem não as respeite sofrerá por seu descaso e displicência.
O mito da catástrofe nos remete a repensar os códigos de ética que vimos utilizando até o momento, pois com base em interesses pessoais, particularistas e subalternos. A moral religiosa, bem como aquela presente nos mitos antigos nos falam de respeito à Vida como um todo. Repensar uma nova ética, um novo paradigma, é o que muitos já fazem – e o que todos precisamos e devemos fazer.

Comentário:Parabéns, SONIA THEODORO DA SILVA, pela escolha e análise do tema dos mitos com viés escatológicos em várias culturas mostrando sua importância de conteúdo reflexivo inspira gerações na elaboração de sentidos para o viver e o conviver cotidiano de muitos povos com foco na esperança. Especialmente em situações de crise.

Você também foi feliz na avaliação dos pontos essenciais de valoração das sabedorias mitológicas usando uma visão de justa medida e dialogando com autores específicos de nosso LD e outras fontes.

Sugiro incluir o termo gênero apocalíptico sinônimo de escatológico e que exige a prospectiva do novo, renovação, inovação e esperança.

Quanto à forma, você se mostrou sintética, clara e com estilo crítico-sereno. Foi importante você citar as fontes consultadas de forma científica como suporte de suas reflexões incluindo os autores do LD.
Você também faz cuidadosa correção e revisão do texto, já que escreve bem.

É preciso reconhecer também que em seu filosofar valoriza a linguagem mitológica no ontem e nas perspectivas atuais.

Também deixou clara a responsabilidade dos filósofos em relação ao fenômeno do sagrado em seu próprio exercício pessoal do filosofar criterioso. Sugiro elaboração em feitio de artigo a ser publicado no Jornal UnisulHoje.

Desejo-lhe o melhor,Parabéns mais uma vez e abraços de prof. Jaci Gonçalves.

(ORIENTADOR: prof. Jaci R. Gonçalves)